" Basicamente, se nós queremos uma escola diferente, se queremos mudar a escola, ou se simplesmente, não estamos gostando da nossa prática, isto significa que devemos estar disponíveis, desejosos, querendo, assumindo, enfrentando e pensando..."
Madalena Freire



quinta-feira, 25 de abril de 2013

Arte nas escolas: a arte é importante para a Educação?



Leia depoimentos de quem teve sua vida influenciada pela arte; as primeiras aulas na escolinha frequentada na infância que foram capazes de estimular os estudos e a formação na vida adulta, os relatos escolhidos falam de como uma iniciativa feita no passado teve seus desdobramentos anos depois.

Denise Grinspum - Referência na área da Museologia, Denise atuou mais de vinte anos no Museu Lasar Segall. Convidada por Marcelo Araújo, diretor da instituilção na época, trabalhou na implantação do setor educativo no museu. Em seu depoimento ela conta de sua infância no Bom Retiro, os primeiros contatos com a arte e as experiências na sala de aula que a estimularam a seguir profissionalmente na área.

"Foi marcante porque eu nessa época freqüentava a escolinha das artes da Fanny Abramovich e eu fui com a Anne que é uma pessoa que é uma arte educadora incrível, que eu tenho um enorme respeito por ela. Ela era minha professora e nós fomos num grupo visitar e eu me lembro de ter visto uma exposição do Nelson Leirner, que foi incrível. Eu me lembro muito de ter visto essa exposição e inclusive tinha peças da exposição no vão livre do MASP que eram objetos manipuláveis.”


Vicentina Dalva Lyra de Castro – Alagoana da cidade de Penedo, Vicentina cresceu em uma família grande e passou sua infância em vários lugares, devido a profissão de seu pai, que era técnico agrícola. Quando jovem começou a participar de grupos de teatro e a se interessar pelas manifestações culturais feitas em seu colégio, o que a ajudou a superar sua timidez. Ela também foi uma das idealizadoras do ponto de cultura na cidade de Piaçabuçu.

“Essa escola tinha uma ação que era umas semanas de cultura, que além da temática que a sala escolhia, como a feira de ciências, que você escolhe o tema e faz o projeto dissertar sobre ele, organizar e estudar isso. A gente tinha que produzir cada sala é uma competição entre salas e cada sala tinha que produzir um espetáculo, uma música, compor uma música, interpretar, fazer um espetáculo de dança, um de teatro, é, além do desfile que tinha parte de produção, parecia escola de samba. Eu lembro na garagem, na frente de minha casa, fazendo uma baleia enorme pra um dos desfiles. Então eu terminei me envolvendo muito com arte por conta da escola. E aí eu acho que eu me encantei, porque a arte foi um instrumento pra fazer com que eu me ligasse ao mundo.”


Elisabete Porto de Oliveira – Elisabete teve uma educação bastante tradicional, quando pequena era uma aluna exemplar e desde cedo se interessou pelo mundo da Arte. Mesmo tendo que interromper os estudos por conta de problemas familiares, nunca perdeu a vontade de estudar e aprender cada vez mais, depois do casamento e da gravidez, conseguiu retomar seus estudos. Hoje é graduada em Arte e é professora voluntária junto a sua comunidade.

“Hoje sou graduada em Artes e realizo trabalhos como professora voluntária em algumas escolas do bairro onde moro. Entre os trabalhos realizados está: a leitura e releitura de imagens de obra de arte e mídia; a cidade, o bairro e a escola como patrimônio a ser preservado; observação e análise de cor, formas e estilos em nosso cotidiano; cultura visual e outros. Também organizei e coordenei projetos em Arte na escola, com diversidades artísticas, sociais, culturais e educativas, envolvendo oficinas de música, dança, pintura, escultura, teatro, cinema, gravura, fotografia e materiais recicláveis. “


Márcia de Souza Mattos – Psicóloga Lacaniana, Marcia trabalha com Arte e Educação desenvolvendo projetos junto às escolas de São Paulo. Transmite sua experiência nas áreas de música, dança, cinema e artes plásticas. Já realizou oficinas de poesia em parceria com a Prefeitura de São Bernardo e, hoje, a realização de seu trabalho junto aos jovens e crianças possibilita o florescimento dos seus dons artísticos.

"Eu me formei em psicologia, só que eu já saquei que esse negócio de ficar em consultório não rola. Eu não ia aguentar ficar horas no consultório com a pessoa falando, eu só ouvindo, pra mim a terapia funciona muito mais você fazendo alguma coisa na rua, você fazendo alguma atividade, por isso também que eu comecei a trabalhar em escola, fazer projetos de arte e educação. Você trabalha psiquicamente a pessoa, você trabalha a estruturação de equilíbrio. Eu fui muito atrás de trabalhar na área da educação, mas não pra dar aula de psicologia, porque também não funciona, entra na grade curricular como obrigação. Então, eu criava projetos de experiências com arte que propiciassem a exposição deles, trabalhar a questão de identidade, sexualidade, de relacionamento, de amizade, problemas familiares, todas essas questões através de projetos em grupo."

(Leia aqui na íntegra)

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